quinta-feira, 10 de maio de 2018

TOC “Transtorno Obsessivo-Compulsivo"

Que tal falarmos de TOC?
Deixo aqui um artigo que fiz para o Curso de Pos em Psicanálise pela IBRAPCHS.
Quem organiza por cor pra depois comer?
Podem usar e espero ajudar.....


RESUMO - Este artigo tem como tema central o TOC, “Transtorno Obsessivo-Compulsivo”, um transtorno comum na sociedade, onde as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia momentaneamente a ansiedade com rituais repetitivos e inúteis, que atinge milhões de pessoa pelo mundo. O objetivo é esclarecer o TOC, seus sintomas, suas possíveis causas e tratamentos.
  
Palavras-chave: TOC; transtorno; psicanálise; obsessão; compulsão
  
ABSTRACT - This article has as its central theme OCD, "Obsessive-Compulsive Disorder," a common disorder in society, where obsessions persist until the exercise of compulsion that momentarily relieves anxiety with repetitive and useless rituals, which affects millions of people around the world. The goal is to clarify OCD, its symptoms, its possible causes and treatments.
  
Keywords: OCD; disorder; psychoanalysis; obsession; compulsion
  
1 - Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)

O TOC é um transtorno de ansiedade (a ansiedade é o sintoma primário ou a causa primaria de outros transtornos), são perturbações nos padrões de pensamento que resulta em emoções negativas e afeta a capacidade da pessoa em se comportar normalmente, é descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM.V” 300.3 (PÁG. 305) da Associação de Psiquiatria Americana.

DSM.V (PÁG. 327) - No transtorno obsessivo-compulsivo, existem pensamentos intrusivos recorrentes, porém estes atendem à definição de uma obsessão. Além disso, os pensamentos intrusivos não estão relacionados a um evento traumático vivenciado; compulsões em geral estão presentes; e outros sintomas de transtorno de estresse agudo estão comumente ausentes.

O TOC é caracterizado pela presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões que geram:
·       Pensamentos, crenças e ideias intrusivas e incontroláveis.
·       Emoções negativas como culpa e ansiedade
·       Comportamentos ou ações repetitivas e ritualísticas

Pois bem, a chave para entender a pessoa com TOC é saber que seu circuito detector de erros funciona muito mais do que é necessário, ou seja, ele funciona de maneira excessiva e tem a tendência de não cessar sua atividade quando o erro é detectado ou corrigido, deixando a pessoa com a constante sensação de que algo está errado. Dessa maneira, esse individuo se sente compelido a corrigir incessantemente seus erros reais ou imaginários. (SILVA, Ana Beatriz Barbosa - Mentes e manias, pág. 19).

O cérebro é como um supercomputador, ele recebe constantemente dados novos sobre experiências, ajuda a compreender e armazena, porém, às vezes o sistema de comunicação entre as diferentes partes do cérebro se degenera. Quando isso acontece, a informação não é processada corretamente e o cérebro começa a cometer erros quando tenta classificar dados novos ou dizer ao corpo como responder. O TOC está relacionado a problemas de comunicação entre as partes do cérebro que traduzem informações em pensamentos e ações, incluindo o córtex orbitofrontal, núcleo caudado, giro cingulado e os gânglios basais. Quando essas partes do cérebro funcionam mal, informação inadequada é passada pelo sistema sobrecarregando a pessoa com pensamentos e ações. Quanto mais o comportamento se realiza, mais a pessoa será forçada a repeti-lo.

Podemos dividir o TOC em dois grupos:

a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa.

b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade, este estudo se concentrará neste.

O Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais – DSM – IV tem como critérios para o diagnóstico do TOC, a presença de pelo menos quatro desses sete sintomas:

1.         Preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, cores, ordem, organização,  horários, que ás vezes, o ponto principal da atividade é perdido, por causa da preocupação com o perfeccionismo, que acaba interferindo na conclusão da tarefa ou fazendo com que a mesma demore muito mais a ser concluída.
2.         Preocupação excessiva com o trabalho e a produtividade, com isso, negligencia atividades sociais.
3.         Meticuloso em excesso, escrupuloso e inflexível em determinados assuntos de ética, moral ou valores.
4.         Incapaz de se desfazer de objetos usados ou inúteis, mesmo que estes não tenham valor sentimental ou alto custo.
5.         Resistência em delegar ou dividir tarefas ou trabalho em grupo, a menos que, o grupo, se submeta ao modo escolhido pela pessoa em fazer as coisas.
6.         Adoção de um estilo miserável de gastos pessoais e/ou com outras pessoas, por acreditar que este precisa ser guardado para problemas futuros.
7.         Rigidez e teimosia. (TASMAN, Kay; Psiquiatria – Ciência Comportamental e Fundamentos Clínicos – Pág. 432)

2 - Sintomas

Pessoas diagnosticadas com TOC experimentam dois sintomas principais: obsessões e compulsões.

2.1 - Obsessões - são pensamentos, ideias, imagens mentais e crenças invasivas e recorrentes que geralmente são perturbadoras e desagradáveis, causam disfunção ou sofrimento emocional, causam ansiedade e consomem uma parcela de tempo significativa das pessoas que sofrem com esse transtorno. Quando a pessoa tenta trabalhar ou estudar, muitas vezes, seus pensamentos obsessivos afloram e interferem na capacidade de concentração. A maioria de nós consegue se livrar de um pensamento ou crença perturbadora que nos incomoda, mas uma pessoa com TOC é incapaz de controlar suas obsessões. Algumas obsessões comuns incluem:
·       Obsessão de contaminação = medo de contaminação por germes ou sujeira,
·       Obsessão em duvidas = medo de esquecer algo, como de desligar o fogão, não confiar em si mesmo e por isso certifica-se varias vezes que trancou a porta.
·       Obsessão de agressão = medo de ferir as pessoas ou a si
·       Obsessão de conteúdo Sexual = pensamentos indesejados sobre comportamento agressivo ou sexual
·       Obsessão de simetria = ideias constantes sobre a importância da perfeição, alinhamento de objetos ou simetria.
·       Obsessão somática = preocupação excessiva com doenças, medo de adoecer, de achar que uma dor abdominal por ter comido algo é uma doença grave.
·       Obsessão de caráter religioso = pensamentos constantes sobre moralidade ou religião, sobre o certo ou errado, blasfêmia, pecado e etc...
·       Obsessão de armazenamento e poupança = coleciona ou acumula vários objetos, não conseguindo se desfazer de nada com o pensamento de que um dia pode precisar ou pode acontecer algo ruim caso se desfaça do item.
·       Obsessão em superstição = como a crença de que pisar numa fenda da calçada pode prejudicar alguém ou a própria pessoa, passar debaixo de escadas e etc.

2.2 - Compulsões - são comportamentos, popularmente chamados de manias, ou rituais que uma pessoa é levada a fazer, repetidamente e sempre do mesmo jeito. Geralmente as compulsões são realizadas como uma tentativa para reduzir a ansiedade e angústia causadas pelas obsessões, pois oferecem alivio momentâneo, porém aprisiona a pessoa num circulo vicioso. Por exemplo, o medo obsessivo de germes ou de não estar limpo o suficiente, geralmente, resulta em lavar as mãos compulsivamente.
Compulsões podem envolver comportamentos mentais como repetir mentalmente uma palavra diversas vezes ou comportamentos físicos como bater na madeira varias vezes ou trancar e destrancar algo repetidas vezes. Geralmente eles são irracionais e não têm conexão ou efeito nos problemas ou medos da pessoa. Algumas compulsões comuns incluem:
·       Compulsão ou mania por contar = contar ou bater a mão até um determinado numero, ou contar em ordem crescente ou decrescente objetos ou carros.
·       Compulsão ou mania de repetição = repetir ações por varias vezes como ligar/desligar interruptor, trancar/destrancar portas.
·       Compulsão ou mania de verificação = verificar várias vezes as coisas como os botões do fogão, fechaduras e interruptores de luz. Mesmo já tendo feito, volta a fazer, pois não consegue controlar a ansiedade e repete o mesmo ritual de checagem.
·       Compulsão ou mania de limpeza ou desinfecção = rituais de limpeza ou lavagem, uso excessivo de produtos como: álcool, desinfetante entre outros,
·       Compulsão ou mania mental = são atos mentais voluntários para tentar neutralizar os pensamentos que geram ansiedade, podem ser estórias criadas pela própria pessoa como um filme, frases e etc... Entrar em contato com família e amigos repetidamente para confirmar a sua saúde e segurança
·       Compulsão ou mania de organização = organizar itens de uma maneira específica ou colocar as coisas em certa ordem experimenta incomodo ou sofrimento com algo guardado fora da “ordem”.
·       Compulsão ou mania de armazenamento = guardar itens que devem ser dispensados, como jornais velhos ou embalagens vazias. Por sinal, um ritual visto com muita frequência, são pessoas que chamamos de “acumuladoras” que não conseguem se desfazer de objeto nenhum, nem embalagens vazias, podendo até chegar ao extremo de não se desfazer nem de lixo.
·       Compulsão ou manias de superstição = não vestir determinada cor de roupa, usar mesma roupa em provas e etc...

Muitas pessoas com TOC têm uma boa percepção, elas reconhecem que suas obsessões e compulsões são irracionais ou inúteis, mesmo assim não são capazes de controlar seus pensamentos desagradáveis e seus rituais.
Precisamos salientar que as obsessões e/ou Compulsões são comuns em vários transtornos psiquiátricos além do TOC, também estão presentes, na hipocondria (medo excessivo e não realista de doenças que podem levar a morte e ainda não foi diagnosticado), no transtorno dismórfico corporal (dismorfofobia - Doença mental que envolve um foco obsessivo em um defeito que a pessoa considera ter na própria aparência), na tricotilomania (distúrbio que envolve impulsos recorrentes e irresistíveis de retirar pelos do corpo), nos transtornos alimentares especialmente a bulimia (transtorno alimentar grave marcado por compulsão, seguido de métodos para evitar o ganho de peso) e na compulsão alimentar periódica (atitude alimentar caracterizada por episódios de comer grandes quantidades de comida em intervalos curtos de tempo, com sensação de perda de controle sobre o ato de comer e, em seguida, arrependimento de ter comido tudo o que comeu sem necessidade).

As obsessões e compulsões são especialmente angustiantes conforme se tornam mais complexas, algumas pessoas seguem rituais que ocupam horas do seu dia, todos os dias. Quando isso acontece, os sintomas são considerados graves porque têm o poder de afetar a maioria dos aspectos da vida da pessoa e muitas vezes interferem nos relacionamentos, trabalho, saúde e estudos, quando percebidos por família e amigos geram criticas ou zombaria, o que agrava e acentua mais o problema.

Muitas vezes, as pessoas que sofrem de TOC se sentem tolas por fazer a mesma coisa repetidas vezes, porém, mesmo com esse entendimento, acabam fazendo do mesmo jeito, repetindo e repetindo, por não suportarem a ansiedade de não cumprir tais comportamentos, pois à medida que pensam e não fazem, o assunto às perturbam mais, e elas acabam cedendo, a emoção ganha da razão.

Na maioria dos casos de TOC constatamos obsessões associadas a compulsões. No entanto, podemos encontrar ainda apenas ideias, imagens e impulsos obsessivos sem nenhuma associação com compulsões. O mais raro de ocorrer é que a pessoa com TOC apresente só compulsões, sem nenhum tipo de pensamento obsessivo elaborado. Nesses casos, as manias são desencadeadas por intensa e incontrolável sensação de imperfeição, desconforto e falta de se sentir completo. Por esses motivos, as ações são repetidas ate que a pessoa experimente a sensação de que aquilo que ela esta fazendo esta correta, perfeita e completa. É importante destacar que, na evolução do TOC, habitualmente ocorrem mudanças dos tipos de sintomas, ou seja, um individuo pode apresentar ideias fixas de contaminação (aids, germes, bactérias, por exemplo), com manias de assepsia e desinfecção (higienizar as mãos constantemente, por exemplo), e passa a apresentar manias de colecionamento (embalagens, bulas, lixo, por exemplo) ou de verificação (portas, janelas, fogão, por exemplo). Nesses casos os primeiros rituais podem desaparecer em definitivo ou apenas temporariamente. (SILVA, Ana Beatriz Barbosa -  Mentes e manias, pág. 65 e 66).
  
3 - Fatores de risco e causas

O TOC é um transtorno em que a emoção ganha da razão, e esta emoção, domina os pensamentos e as atitudes da pessoa que faz o que não gostaria de fazer, por que, muitas vezes, sabe que é inútil ou uma bobagem, mas precisa fazer pra diminuir a ansiedade e afastar os pensamentos desagradáveis, e caso a pessoa não queira encarar que realmente existe um problema, mais ansioso ele fica, tornando os rituais cada vez mais frequentes, um ciclo vicioso onde fica cada vez mais difícil sair.
 As pesquisas sugerem que as causas do TOC estão na interação entre fatores neurobiológicos e influências ambientais. Os cientistas sugerem que as pessoas que desenvolvem TOC tenham uma predisposição biológica a reagir de forma exagerada ao estresse, repetindo rituais e atitudes, esses fatores de riscos são:

A)   - Genético: a pessoa que tem um membro próximo da família com TOC possui mais chances de também desenvolver a doença. Entre familiares de primeiro grau, 4,96% a 35% apresentam sintomas que os enquadram em algum transtorno do TOC.

B)   - Fatores psicológicos: a pessoa que tem sintomas de outro transtorno mental tem maiores chances de ter TOC, quem já foi diagnosticado com transtorno de ansiedade ou transtorno de humor (depressão). Algumas características de personalidade, como o perfeccionismo, alto senso de moralidade e/ou responsabilidade são também associados com o TOC. A personalidade de uma pessoa reúne o que se herda dos pais, as experiências adquiridas ao longo da vida e seu modo de reagir e interagir com o mundo, por isso, a herança genética é de extrema importância pra construção da uma personalidade. O ambiente familiar na infância é o um meio de aprendizagem e pais com comportamentos baseado na ansiedade ou estresse tem grande possibilidade de passar aos filhos esse comportamento como padrão em função da exposição constante, pois as pessoas acabam adquirindo os hábitos das pessoas com quem convivem, e isso acontece, no decorrer de toda a vida.
C)    - Doenças durante a infância: nas crianças, a reação do organismo a uma infecção por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (SBHGA - bactéria que causa as formas mais comuns e leves da infecção causada por GAS incluem faringite estreptocócica que dá dor de garganta, geralmente acompanhada de febre, com uma substância branca cobrindo a garganta e as amígdalas, e glândulas inchadas no pescoço) e infecções da pele.
Em alguns casos, a infecção causada por estreptococos do grupo A pode agravar-se, podendo ocorrer escarlatina, infecções do ouvido médio (otite média), problemas renais e febre reumática. Quando os estreptococos do grupo A penetram partes do corpo onde estas bactérias não costumam estar presentes (por exemplo, sob a pele, na medula espinhal, no sangue, nas articulações ou nos pulmões) pode haver desenvolvimento de doença séria, segundo o Massachusetts Department of Public Health pode causar desenvolvimento repentino de TOC.

D)   - Alterações hormonais na evolução da gravidez e pós-parto = estudos  correlacionam TOC e oxitocina (hormônio segregado pela hipófise, que induz as contrações do músculo uterino durante o parto e estimula a secreção de leite) e apontam para um subgrupo de mães que apresentam sintomas de pensamentos obsessivos ritualísticos (checagens repetidas ao berço, limpeza e desinfecção da casa e objetos do bebe, regras para visitas e etc.), que geram desconforto e sofrimento iniciados durante ou logo após o parto.

E)    - Situações de estresse: podem ocorrer no curso de inúmeras condições médicas, principalmente as neurológicas, como por exemplo, após acidentes de carro ou acidentes vasculares cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos, no decorrer de esclerose múltipla, tumores cerebrais e etc...

 4 - Um transtorno comum

TOC é um dos transtornos mentais mais comuns e aproximadamente 2% dos adultos nos Estados Unidos sofrem com o TOC alguma vez durante a sua vida. Destes, mais da metade tem sintomas severos que causam problemas significativos nos relacionamentos sociais: trabalho, relacionamento, saúde e etc.

Homens e mulheres são diagnosticados com TOC em igual proporção, mas os homens são mais suscetíveis a ter sintomas durante a infância. Aproximadamente 25% de todos os casos de TOC são de crianças menores de 18 anos e 1/3 dos adultos com TOC desenvolveram a doença quando jovem.

A metade ou mais dos pacientes com TOC apresentam comorbidades (correlação, coexistência de transtornos e doenças) que podem interferir no tratamento. As comorbidades mais comuns do TOC são a depressão, os transtornos de ansiedade, especialmente as fobias específicas e o TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), o TPOC (transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva), as grooming disorders (tricotilomania, skin picking e automutilações), tiques (Tiques são movimentos motores ou vocalizações, súbitos, rápidos, recorrentes, estereotipados e não rítmicos, conforme DSM IV) e S. de Tourette (além de tiques motores estão presentes vocalizações ou os chamados tiques vocais) e os transtornos alimentares (bulimia e anorexia). Menos comuns são o TDAH (Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade), THB (transtorno de humor bipolar) e a esquizofrenia. Todas tem implicações importantes tanto para o tratamento farmacológico como para a TCC (terapia cognitiva comportamental) do TOC. (http://www.ufrgs.br/toc/images/profissional/material_didatico/diagnostico_clinico_diagnostico_diferencial_e_comorbidades_no_TOC.pdf - capturado em 19 de março de 2018)

 5 - Sobre a prevenção

Profissionais de saúde mental e cientistas, entram em comum acordo, de que o surgimento inicial do TOC não é algo que possa ser prevenido, mas que os pacientes podem ser capazes de controlar seus sintomas e rituais uma vez que eles tenham sido diagnosticados.

Para isso, as pessoas com TOC precisam identificar qualquer situação ou evento que possam ter sido o gatilho inicial para suas atitudes e rituais repetitivos e manter anotações dessas atitudes para que possam procurar tratamento imediatamente caso haja piora. Precisam anotar também o que desencadeia hoje os rituais e por quantas vezes são repetidos.

Pessoas diagnosticadas com TOC precisam continuar tomando seus medicamentos conforme receitado pelo psiquiatra. Algumas vezes, alguns pacientes param de tomar seus medicamentos quando se sentem melhor ou percebem que seus rituais começam a desaparecer, mas isso é extremamente perigoso, 20% dos pacientes param de responder aos medicamentos que uma vez funcionaram porque eles simplesmente pararam de tomá-los conforme prescrito, quando voltam a tomar já existe uma resistência do organismo.
  
6 - Tratamentos

Esconder os sintomas por vergonha, insegurança ou orgulho é um péssimo caminho, quanto mais se adia ou se cria resistência ao tratamento, mais grave fica a doença, e mais obsessões e compulsões podem surgir, por outro lado, quanto mais cedo se começar o tratamento, mais chances a pessoa tem de controlar os rituais, as atitudes,  os pensamentos impostos e desagradáveis, bem como os rituais gerados pela doença e o desconforto em se fazer algo que, muitas vezes, para o próprio paciente, não faz sentido mas é inevitável.

O tratamento para o TOC pode ser medicamentoso ou não e combinado de  psicoterapia com base nas necessidades e sintomas do paciente. Estes tratamentos (medicamentoso ou terapia) trabalham em conjunto para melhorar o funcionamento e reduzir a severidade dos sintomas ao longo do tempo e mais que isso, descobrir qual o trauma ou qual foi o gatilho que desencadeou tal transtorno, em geral, demora um tempo, depois de ter manifestado os primeiros sintomas, para o portador de o distúrbio receber o diagnóstico de certeza e iniciar o tratamento, por isso, na maioria dos casos, o TOC é diagnosticado em adultos, embora possa ter tido seus primeiros sintomas quando ainda era criança, por volta dos 3 ou 4 anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos, porém no final da adolescência, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos, também vale salientar que, é muito raro diagnósticos de TOC, em desenvolvimento em pessoas com mais de 40 anos.

Para os familiares é uma situação difícil, pois muitas vezes percebem rituais e repetições, acabam criticando a atitude, um dia cede e não critica, no outro, já movidos por estresses diversos, não cedem e criticam, o que torna a pessoa mais ansiosa, acontece também, em alguns casos, dos próprios familiares perceberem que quando a pessoa é exposta a determinada situação (discussão, provas, reuniões e etc.) os sintomas aumentam relativamente.

Os membros da família, em alguns casos, chegam aos limites do desespero por causa do comportamento do paciente. Qualquer processo psicoterapêutico deve incluir atenção aos membros da família para a provisão de apoio emocional, explicações e conselhos de como manejar e responder ao paciente (SADOCK, 2007).

É importante também que as pessoas que sofrem de TOC e seus familiares reconheçam que apenas a medicação raramente é eficaz em afastar os sintomas totalmente. Adicionar outras modalidades de tratamento ajuda a pessoa a controlar suas obsessões e compulsões melhor. Até o momento, parece que a medicação apenas atua no controle e não na cura dos sintomas. Quando as medicações são efetivas, a maioria dos portadores diz que estas ajudam a rejeitar as preocupações e a resistir às compulsões mais facilmente. Assim, algum esforço por parte do portador é necessário para diminuir os sintomas e a medicação ajuda nesse processo. Quando a medicação é interrompida, os sintomas tendem a retornar dentro de alguns dias, semanas ou meses e novamente torna-se mais difícil resistir à necessidade de realizar as compulsões. Adicionando outras técnicas terapêuticas particularmente a terapia comportamental, esses portadores terão maiores chances de conseguir tratar os sintomas com menos medicação ou até sem medicação em longo prazo (VAN NOPPEN, PATO e RAMUSSEN, 2000).

Embora poucas comparações tenham sido realizadas, a terapia comportamental é tão eficaz quanto à farmacologia no TOC, e alguns dados indicam que os efeitos benéficos são mais duradouros com a primeira. Por isso vários clínicos consideram a terapia comportamental o tratamento de escolha para o transtorno. A abordagem comportamental pode ser conduzida em situações tanto de ambulatório quanto de internação hospitalar. As principais abordagens comportamentais são a exposição e a prevenção de resposta. A dessensibilização sistemática, a parada de pensamento, a inundação, a terapia por implosão e o condicionamento aversivo tem sido utilizados em pacientes com TOC. Na terapia comportamental os pacientes precisam estar de fato comprometidos com a melhora (SADOCK, 2007).

            Além da exposição e da prevenção da resposta, a TCC (criada pelo psiquiatra americano Aaron Beck) utiliza técnicas para, correção das crenças e pensamentos distorcidos existentes no TOC, com o objetivo de realizar a chamada “reestruturação cognitiva”, que é o treino dos pacientes na identificação de pensamentos e crenças distorcidas e disfuncionais; questionamento de tais crenças, discussão de evidências, testes quanto á sua veracidade, exposição aos pensamentos, escrevendo, etc. A terapia pode ser individual e, mais recentemente, vem sendo desenvolvida uma forma de tratamento em grupo. Além de comparecer às sessões nas quais recebe uma série de informações e realizam exercícios, o paciente realiza também exercícios no seu próprio domicílio ou local de trabalho. A maioria dos pacientes que faz os exercícios e completa o tratamento apresenta melhoras substanciais podendo inclusive eliminar por completo os sintomas (CORDIOLI, 2004).

Qualquer antidepressivo, que oferecerá alivio por controlar a ansiedade, não deve ser retirado do paciente de uma única vez, essa retirada deve ser gradual, para que o organismo vá se acostumando com a diminuição do medicamento, sem maiores prejuízos ou o retorno ao transtorno, apenas o médico psiquiatra está apto a fazer o desmame da medicação. A medicação jamais deve ser interrompida pelo próprio paciente.

            A terapia também é de grande importância, pois auxiliará o paciente a lidar e entender melhor as situações de estresse que tendem a disparar o ciclo vicioso dos pensamentos e rituais, esta também, não deverá ser interrompida, pois em terapia o paciente tem a possibilidade de liberar o estresse sem danos, isto é, talvez o gatilho do TOC possa ser problemas familiares que não podem ser mudados (doença).
  
CONCLUSÃO - O TOC é um transtorno presente na sociedade, “Este transtorno afeta cerca de 2,5% da população geral, o que significa que o TOC é mais comum do que a Esquizofrenia e outras doenças mentais graves. No entanto, acredita-se que este percentual seja maior, pois muitos portadores de TOC, por vergonha e na tentativa de esconder seus pensamentos e comportamentos repetitivos, não procuram ajuda médica. Este fato leva os médicos a subestimarem o número de pessoas com esta doença.” (SILVA, Ana Beatriz Barbosa - Mentes e Manias) porém, pouco conhecido, pois ele é facilmente confundido com manias, e causa prejuízos na vida da pessoa quando o caso já está avançado, mesmo porque, muitos só percebem o problema quando passam a ter a vida social, relacionamentos e produtividade no trabalho, alterados.

Quando a pessoa reconhece o problema, e normalmente o reconhece (escrevo com causa própria, pois eu sabia que havia algo errado e mesmo entendendo que eu tinha o TOC, não conseguia me curar, me libertar, me controlar, sem ajuda, sem a análise para a descoberta do ponto inicial), dando ouvidos a terceiros ou mesmo se percebendo e procura ajuda, o profissional se aprofundará na vida da pessoa para analisar, investigar e identificar suas características e possíveis causas, e, só assim, encontrar o melhor caminho para se tratar esse transtorno, com o diagnóstico logo no inicio fica mais fácil, quanto mais demorar o diagnóstico mais intenso pode ficar o transtorno pois mais ansiedade será causada, trazendo mais prejuízos na vida da pessoa.

Também existem aqueles que não admitem de maneira alguma o problema e tentam esconder até de familiares ou amigo próximo, porém a consequência disso é que eles demoram a procurar ajuda, as vezes levam anos para procurar, o que faz com que os hábitos se tornem mais arraigados a pessoa, dificultando inclusive o tratamento, pois a mudança é mais difícil e muito mais lenta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Ana Beatriz Barbosa – Mentes e Manias – TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo – São Paulo, Principium, 2017. (2ª Edição)
SADOCK, B.J., Sadock, V.A., & Ruiz, P. (2015). Kaplan & Sadock's synopsis of psychiatry: Behavioral sciences/clinical psychiatry. Philadelphia, PA: Wolters Kluwer.
VAN NOPPEN, Barbara L. M.S.W. PATO, Michele T. M.D., RASMUSSEN, Steven. M.D. Aprendendo a viver com o TOC. Departamento de Psiquiatria da FMUSP. São Paulo – SP, 1ª Ed. 2000.
SADOCK, Benjamin James: Compendio de Psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica/ Benjamin James Sadock, Virginia Alcott Sadock: tradução Claudia Dornelles... [ET AL]. – 9. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2007. 
TASMAN, Kay; Psiquiatria – Ciência Comportamental e Fundamentos Clínicos. Editora Manole – 1ª Edição de 2002
CORDIOLI, Aristides V.; HELDT, Elizeth. Psiquiatria e Psicologia: Transtornos Obsessivos e Compulsivos – TOC – capturado em 14/03/2018.
 http//WWW.drshirleydecampos.com.br/noticias/1826.
 American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM-5™ (5th ed.)
Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM.V” (PÁG. 305 e 327) – capturado em 13/03/18 da página:
 Massachusetts Department of Public Health (Maio 2014/Pág 01)
https://creativecommons.org/licenses/by-NC-SA/4.0/ - Licenciamento - Este artigo está autorizado sob a licença CC-BY-NC-SA 4.0.  (Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais)
http://www.ufrgs.br/toc/images/profissional/material_didatico/diagnostico_clinico_diagnostico_diferencial_e_comorbidades_no_TOC.pdf - capturado em 19 de março de 2018


Psicanalista Clínica Mariza Pizzi - CRPC/RJ 396/2018


sábado, 5 de maio de 2018

GLAMBOX Bee Free - Abril/18

Olá....

Minha Glambox Bee Free chegou no dia 02, primeira vez que atrasa assim, sem problemas.


Veio linda e cheio de produtos bons demais, pesada até.

A caixa está com uma estampa linda, desenho da Clau Cicala, simplesmente arrasou, está no fundo de todas as fotos!!

Sobre os produtos:

1 e 2 - Shampoo e Condicionador
Lisos Disciplinados - anti frizz
Yamasterol
Usei uma vez o que recebi da própria Glambox, achei maravilhoso, bom e barato, ele deixou meu cabelo cheiroso e hidratado, e desta vez veio o "Lisos Disciplinados" que contém Tamariliz (vem do tamarindo, também conhecido por tâmara da Índia, originário das savanas africanas, cultivado principalmente na Índia. No Brasil, o fruto é consumido no Norte e Nordeste. Árvore bastante decorativa, sua altura pode chegar aos 25 metros. O tamarindo é uma vagem alongada com 5 a 15 cm de comprimento, e suas sementes em números de 3 a 8 estão envolvidas por uma polpa parda e ácida contendo açúcares (33%), ácido tartárico (11%), ácido acético, ácido oxálico e ácido cítrico. Contém muito cálcio, fósforo e ferro, além de vitaminas A, B e C. Seus benefícios são: retenção hídrica, efeito alisante da superfície cuticular (forma um filme selador das cutículas promovendo resistência aos fios), ação disciplinante e efeito liso e Proteína de Cereais, promete alinhamento cuticular, efeito liso, hidratação intensa e brilho, muito cheiroso.
Embalagem Full Size com 300ml.

3 - Sabonete Francis Hydratta 
Proteínas do Leite
Francis
Gosto dos produtos da Francis, hidrata, perfuma, amacia a pele. Já usei porém, não compro mais produtos com ingrediente de origem animal ou que testam neles.
Quando eu não sei, até acontece, mas quando sei, não chego nem perto. "Mariza sendo Mariza" só isso 
Embalagem Full Size com 90gr.

4 e 5 - Perfumes UP
Amostras de nº 24 e 38
UP!
Já havia recebido 2 amostrinhas e achei o perfume bem gostosinho, desta vez, o 24 tem um fundo de jasmim bem forte e o 38 é mais cítrico, mas muito gostosos os 2.
Embalagem de amostra 

6 - Água Micelar
Hidramais Dermatologia
Água micelar é muito bom, uso pra limpar, hidratar, antes de dormir e assim que acordo, refresca a pele, deixa uma sensação de leveza, após secar uso o hidratante normalmente.
Gosto dos produtos da Hidramais, que conheci na Glambox.
Embalagem de amostra com 30ml

7 - Removedor de Esmalte Express
HINTZ
Acho esses removedores com espuminha excelentes, esse é rico em Vitamina E, D-Panthenol, óleo de mirra, Sem parabenos e Sem acetona.
Não conheço esta marca mas retirou rápido e com excelência meu esmalte.
Embalagem Full Size com 75ml

8 - Shampoo e Condicionador Miracle
TRUSS
Recupera a elasticidade e resistência do cabelo e tem ação de proteção de cor. Os produtos da Truss são de excelente qualidade.
Embalagem em sachês de amostra com 15ml cada, apenas para uma aplicação.

9 - AVON
Eve Du/Et for her
Radiant e Sensual
Perfumes da AVON, nada contra mas eles ainda fazem teste em animais, por isso não compro.
Embalagem de amostra com 0,8 ml cada uma.

10 - Batom Liquido 12 horas
Cor 124 - Burlesque
Dailus Pro
Os batons da Dailus são bons, bonitos e baratos. Essa cor é cobre, matte, secagem rápida e deixa a boca aveludada, durabilidade muito boa....gostei
Embalagem Full Size com 8ml

11 - Pincel 4 em 1
Cor preta
Dailus
Muito prático e excelente pra carregar em bolsa pois ele tem o pincel chanfrado, esfumador, labial e para sombra. Os pinceis da Dailus são produzidos com cerdas sintéticas enceradas, em formato circular e super macias, facilitando a aplicação da maquiagem. Amei.... Feito em madeira, metal e nylon.

12 - Alô, é vera
Máscara de babosa
Retrô Cosméticos
Produtos Retrô, bons demais e com embalagens lindas.
Embalagem em sachê de amostra com 30gr.

Amei os produtos..... https://www.glambox.com.br/
Deixei o link acima para você conhecer.

Espero que gostem como eu gostei...

Bjksss........Graça e Paz!!!!