quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O ACIDENTE – 2005

Era 02 de junho de 2005, tínhamos aberto uma loja de materiais esportivos na cidade de Cachoeiras de Macacu. Adilson estava com o nosso jeep ajudando num evento de esportes radicais, quando me ligou querendo saber se eu ia ao mercado para ele ir me pegar. Fui, saí do mercado e peguei o Felipe na escola, por volta das 17h30min fomos para casa.
Como fizemos compras, usamos a caçamba do jeep 1969, alongado para 11 pessoas, para as bolsas, passamos na loja e pegamos umas caixas de roupas que chegaram para etiquetar. Adilson dirigindo, eu no banco da frente com o Felipe no meu colo, o jeep no asfalto fazia 25 km de velocidade, tomamos a Estrada para casa. Quando nos aproximamos de um posto de gasolina, vimos um gol azul descendo de Nova Friburgo em alta velocidade, foi tudo rápido, o Adilson gritou segura que vai bater, quando olhei vi o gol em nossa direção. O motorista queria entrar no posto de gasolina, como nossa velocidade era pequena ele achou que dava tempo e sem reduzir virou para o posto, o carona do gol, bateu e se encaixou no carona de jeep e nos arrastou por quase 5 metros para dentro do posto.
O impacto do gol no jeep, fez com que eu batesse e quebrasse o pára-brisas com o rosto, Felipe não se machucou, pois quando o Adilson gritou eu o agarrei com força, com o arrastar do jeep eu virei no banco e forcei o rosto nos estilhaços que caíram nele, neste momento o Felipe virou e cortou o couro cabeludo com estilhaços de vidro.
O barulho foi tremendo e assim que o jeep parou, senti tudo preto como se fosse desmaiar e clamei ao Senhor para que ele não permitisse meu desmaio, me levantei e percebi o sangue quente escorrendo em mim. O Adilson não se feriu e logo pegou o Felipe do meu colo que chorava muito, fomos socorridos por um rapaz de scort vermelho que trabalhava numa oficina ao lado do posto. Entramos no hospital às 18h20min, eu estava banhada de sangue.
O motorista do gol tinha bebido e levava um adolescente de carona que se feriu também, entramos juntos no hospital e os médicos vieram logo para meu lado, pedi que eles olhassem meu filho primeiro, lhe deram 5 pontos na cabeça. Depois dei a minha vez para o garoto do gol que estava quase desmaiando, ele quebrou o braço e teve alguns cortes.
Finalmente, fui atendida, limparam meu rosto e disseram que havia muitos cortes pequenos que não seriam suturados, porém, levei 06 pontos na pálpebra do olho esquerdo, 5 na testa, o joelho direito inchou por causa da pancada, minhas mãos, por segurar o Felipe, também estavam cortadas e minha boca por dentro, pois engoli alguns estilhaços que provocaram cortes. Pedi para ir ao banheiro, uma enfermeira foi na minha frente e tirou o espelho que havia na parede, mas sabia que a situação não era boa, pois todos desciam para me ver e perguntar se estava doendo muito.
Confesso que não senti dor, o sangue estava quente, estava nervosa com o meu filho que tinha acabado de completar 2 anos, estava agitada, mesmo com o joelho inchado eu andava o tempo todo. Senti algo no meu olho esquerdo que me impedia de piscar, chamei o medico que gastou 2 sacos de soro comigo e depois falou o seguinte: “Tem um caco de vidro no seu olho, não consegui tirar, você precisa de um oftalmologista ou então, deixa que um dia sai”. Estranhei a atitude e perguntei se eles haviam feito raios-X do Felipe, a resposta foi não.
Fomos liberados do hospital às 21H pela policia, pois eu precisava ir a Unimed de Nova Friburgo para verem meu olho e meu filho também. No caminho paramos no local do acidente, pois minha bolsa com meus documentos estavam no carro. Quando chegamos, o motorista do gol dançava alegremente com o som alto do carro, os frentistas se aproximaram e pediram para ele parar, pois havia ferido uma mulher e uma criança, ele baixou o som e ficou me olhando e rindo. Um entregador de gás que fazia a área da minha casa disse que o motorista do gol estava incitando as pessoas a saquearem o jeep, ele e os frentistas não deixaram, aí, ele me avisou que pegou tudo o que estava no jeep e colocou no seu carro e levaria em minha casa pela manhã, peguei a bolsa, cumprimentei uns amigos do meu marido: Cleiton Caliocane (bombeiro) e Rodrigo (policial). O Wander Caliocane, que era nosso funcionário na loja, foi em nossa casa, pegou nosso carro e nos levou para Nova Friburgo, no caminho, liguei para o pediatra do Felipe falando do acidente, ele combinou nos encontrar no hospital.
As 22h30min entrei na emergência da Unimed com muita dor no olho, o pediatra saiu com meu filho e com a Silvia nossa secretária que foi um braço direito naquele período, eu segui para o clinico que me colocou numa maca e fez a retirada do vidro, perguntou se eu queria guardá-lo de lembrança, recusei e ele pediu que eu procurasse um oftalmologista poor que era um caso que a cirurgia de olhos era necessária e urgente.

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